segunda-feira, 21 de março de 2011

Percepções

O termo ‘sustentabilidade’ geralmente no remete a pensar nas questões relacionadas a meio ambiente, preservação de florestas, cuidado com os rios etc.

A utilização dos recursos naturais passou a ser mais bem discutida a partir do Relatório de Brundtland, no ano de 1987, cuja idéia era a de buscar o suprimento das necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras terem as suas necessidades supridas. Este relatório foi intitulado ‘Nosso Futuro Comum’ e foi elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

O conceito de ‘sustentabilidade’ começou a ser delineado em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, Suécia, e a idéia de Desenvolvimento Sustentável se consolidou na Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, no ano de 1992, conhecida como Eco-92.

Muitos avanços foram experimentados nas questões ambientais nestas últimas décadas e a mídia tem trazido este tema a público, fartamente, através de noticiários, documentários etc.

Deixando à parte os recentes desastres naturais – enchente na Região Serrana do Rio de Janeiro, terremoto seguido de tsunami no Japão etc – que têm ceifado milhares de pessoas, quantas vidas têm sido sacrificadas por causa 1das ações de governantes que dirigem seu povo de forma autoritária, 2de políticos que fazem uso de seus cargos para enriquecimento ilícito, para favorecimento de clubes exclusivos de grupos de empresários e de sindicalistas aproveitadores, 3da parte da mídia que incentiva práticas socialmente nocivas [fragmentação familiar, infidelidade, deslealdade, sensualidade exacerbada etc] sob o patrocínio de grupos econômicos, 4da outra parte da mídia que deseduca a sociedade ao invés de educar, e mesmo 5da própria omissão da sociedade em conhecer a fundo as questões mais urgentes que lhe afetam e em não se valer do seu direito de reagir dentro da lei, dentre outros motivos?

Que sociedade nós estamos construindo para nós e para os nossos filhos e netos?

A Visão do Aqui-Agora caminha no sentido contrário ao da ‘sociosustentabilidade’.

Muitos ainda têm uma ‘idéia compartimentada’ e ainda encontram razão para continuar jogando lixo nas vias públicas sob o argumento de que garis perderão seus empregos se não tiverem o que fazer; da mesma forma que ‘engorduramos’ o planeta com o ‘lixo nosso de cada dia’, fazemos o mesmo em relação ao nosso corpo quando mantemos práticas alimentares não saudáveis; e, vivemos a vida como se o amanhã nunca chegasse e como se o mais importante fosse o viver ‘o agora’.

Se não quisermos compreender a visão apocalíptica de Mateus 25 e negar que tudo o que está acontecendo já era tema dos ensinamentos de Jesus e se não quisermos repensar tudo aquilo que faz parte do nosso viver, nunca poderemos reclamar do dilúvio sob o qual nossas vidas poderão estar submetidas amanhã ou depois.

Jesus falou que nos tempos de Noé as pessoas não perceberam os acontecimentos, até que veio a grande enchente.

Nós até que podemos continuar a plantar árvores, avançar na manutenção da limpeza de nossas cidades, tomar cuidado no consumo de água e de energia etc. Mas, precisamos compreender o que representa a vinda e o discurso de Barak Obama, na cidade do Rio de Janeiro, o que leva as pessoas a morrerem ante o escorregamento de uma enconsta ou de uma enchente urbana, o que está por trás dos distúrbios sociais nos países do Oriente Médio, o que tem a ver conosco as questões relativas as taxas altas de homicídio e de uso de drogas, existentes tão perto de nós, a razão porque elegemos e mantemos políticos corruptos e o que nos motiva ao consumo de produtos piratas, dentre outros temas.

Como cristãos, podemos entrar ‘na brecha’ como intercessores, podemos nos infiltrar nos postos estratégicos para ter ampliado o nosso poder de influência justa, podemos estabelecer um padrão de comportamento pessoal que inspire a sociedade a nossa volta e seguir o nosso modelo.

Então, a partir de uma percepção adequada da vida poderemos dizer que ‘é chegado o Reino de Deus’.

Nisso pensai!