quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Insípidos

A mídia tem denunciado cada dia mais frequentemente a situação brasileira quanto a corrupção. Podemos listar ‘violência’, ‘uso de drogas’ ou ‘outras doenças sociais brasileiras’ atribuindo esta ou aquela prioridade, mas precisamos refletir o quanto a raiz pode estar naquilo que está minando as finanças nacionais, a reputação daqueles que deveriam ser ‘modelos’ para o povo e, por fim, a própria esperança; estou me referindo ao intenso movimento corrupto em nossa nação.

Enquanto isto, do outro lado do planeta, vemos protestos envolvendo o mundo árabe, de 2010 prá cá, conhecidos como ‘Primavera Árabe’; uma verdadeira onda revolucionária de manifestações e protestos, com proporções e resultados distintos. Tunísia, Egito, Líbia, Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, dentre outros têm sofrido transformações a partir de manifestações populares, passeatas, uso de mídias sociais como Facebook, Twitter e Youtube.

Comparando as situações expostas, ou seja, a nossa inanição ante aquilo que oprime a população brasileira e a capacidade reativa que envolveu os povos árabes, chego a pensar que Momo, a deusa da burla, da crítica ou da zombaria, esteja por trás do estilo de vida passivo do brasileiro, anulando toda a capacidade de se indignar e toda a intenção de tomada de atitudes decisivas da nossa parte. Observação: Momo não era rei e nem era masculino, mas uma divindade feminina [a filha da Noite; grego: Nix], a deusa da pilhéria, da gozação e da chacota.

Não defendo, neste momento, a adoção do modelo de reação árabe por aqui, até porque somos igreja e, por isso, temos que buscar a face do Senhor sobre nossas possíveis ações. Mas, não podemos cruzar os braços e agir como se a transformação devesse se dar por ‘faxina política’, pelo estabelecimento de policiamentos pacificadores, por movimentos de estudantes dispostos a gritar, a dizer NÃO.

Você pode pensar que esta conversa toda não tem nada a ver com Sustentabilidade ou com Responsabilidade Social. Quando pensamos o futuro e pensamos na construção ou no estabelecimento de uma sociedade melhor, tudo fica no mesmo pacote. Meu dilema é a sócio-sustentabilidade, ou seja, como a sociedade se tornará mais organizada, mais ética, mais avalorada moralmente etc. Nosso silêncio ou inanição revela que não estamos nem aí e que qualquer coisa que vier no futuro está bom prá nós, e isso não é verdade, ao menos para mim.

Quando o sal deixa de transformar é porque ficou sem sabor, ficou insosso, sem graça, sem atrativo. Segundo o site www.adapucarana.org, três coisas levam o sal a se tornar inútil: Pouco vento, pouca luz e pouco calor. O vento ajuda o sal a atingir o sabor ideal na época de sua formação; na vida do cristão, representa o sopro do Espírito Santo de Deus sobre ele. A luz atua quimicamente sobre a água e é fundamental na sua transformação em sal; é a luz quem nos expõe às verdades divinas, revelando quem somos e nos conduzindo a um padrão de excelência de vida cristã. O calor influencia diretamente na qualidade do sal. A fonte de calor do cristão é o próprio Deus; quanto mais próximos dEle, mais aptos nos tornaremos para ser os referenciais em um mundo corrompido.

Os movimentos sociais poderão, e devem, atuar pela transformação do Brasil, e nós não podemos deixar isso só por conta deles. Mas, devemos, acima de tudo, ser sal quando no exercício de cargos políticos, não nos tornando iguais aos demais; quando tivermos que ser fiéis aos nossos empregadores; no pagamento dos impostos; em dizer não para produtos piratas; no momento de elegermos os melhores candidatos; na hora de fazer uma prova sem o uso da ‘cola’ etc.

Podemos começar fazendo apenas o bem às pessoas; podemos transformar uma pessoa por dia; podemos parar de concordar com aquilo que Deus não concorda, mesmo que nos custe algum preço; podemos começar a orar mais pelo Brasil e pelos problemas brasileiros do que pensar apenas em nossos próprios problemas pessoais; podemos até estabelecer um decreto para o Brasil, o Decreto da Transformação Espiritual e Social da Nação Brasileira.

Gostaria de saber a sua opinião sobre este assunto. Mande seu e-mail para a redação e terei o maior prazer em conversar com você sobre como poderemos transformar a nossa nação.