terça-feira, 12 de junho de 2012

Uma Rio + 20 Pessoal


Hoje eu amanheci pensando que, durante muito tempo, trabalhei com uma pessoa que não podia ter filhos e de como me arrependo de não ter orado objetivamente, ao modo dos homens de Deus do passado, para que o Senhor ‘abrisse a madre daquela mulher’. Não são poucos os episódios bíblicos em que mulheres estéreis foram visitadas pelo poder de Deus e tiveram suas realidades transformadas pelo milagre.
O crente de Jesus pode encontrar vários motivos para justificar porque ainda tem permanecido. Uma vez salvos, porque ainda estamos aqui?
Penso que um dos principais motivos pelos quais o Senhor ainda nos quer na terra deve-se ao fato de que Ele espera que cumpramos nosso papel redentivo, nosso papel de transformação social. Ou seja, não estamos por aqui, ainda, por causa de nós mesmos, nem por causa de Deus, mas pelo fato de que pessoas, e o próprio planeta, como o nosso mundo habitável, precisam voltar para as mãos de Deus e passar por transformações profundas.
Pensando nas conferências pela sustentabilidade, como a Rio + 20, lembrei-me do profeta Jonas. Ele pertencia à Tribo de Zebulom e não se tem muita notícia bíblica sobre a sua vida, o que denota que não era alguém de muita expressão social. No entanto, foi ele quem Deus chamou para uma obra estupenda.
Nínive era a capital da Assíria e ficava a cerca de 900 km de distância em relação a Jope, cidade portuária próxima de Tel-Aviv, em Israel. O povo de Nínive era muito cruel e sanguinário, tinha o costume de decapitar os povos vencidos, fazendo pirâmides com seus crânios, crucificava, arrancava os olhos e os esfolava ainda vivos. O ninivita inspirava muito medo. Talvez isto explique a razão pela qual Jonas decidiu fugir para Társis, Espanha.
Quando conhecemos o peso da nossa missão e olhamos para nós mesmos, considerando nossas limitações, é muito natural que queiramos nos omitir. Mas, quando Deus quer levantar um transformador, Ele não considera quem nós somos, mas o que ele quer fazer através de nós.
Alguns dizem que o grande peixe vomitou Jonas em Nínive, cidade que ficava na região central da Arábia e que não era banhada pelo mar. De Jope até Nínive, são 180 horas à pé, 60 horas de camelo ou 20 horas montado num cavalo. Conforme o relato do livro de Jonas, Deus refez a ordem no mesmo lugar onde o havia chamado da primeira vez. Jonas teve que refazer o caminho, mesmo convivendo com os seus medos.
A passagem de Jonas pela cidade de Nínive ocorreu como um grande ‘tsunami de transformação social’. Diz a Palavra de Deus que todos, do maior até o menor, se arrependeram. Foram mais de 120 mil pessoas que experimentaram uma verdadeira transformação e Deus mudou a sorte de Nínive por causa de apenas um homem que decidiu ser obediente em cumprir o papel da transformação social.
Não é possível que nós, os Jonas da modernidade, continuemos alheios às barbáries com as quais temos lidado. Nosso país está afundando em um lamaçal de corrupção, a violência, o tráfico de armas e de drogas estão produzindo mortes em profusão. Nossa região, uma das mais evangelizadas do Brasil e com um dos maiores percentuais de crentes evangélicos da nação, ainda mantém uma das maiores taxas de homicídio de jovens entre 16 e 24 anos de idade, um verdadeiro paradoxo. Por quê? Talvez porque Jonas ainda continua fugindo para Társis.
Que interesse Deus tem com a nossa cidade? O que eu e você achamos que Deus fazer através de nós? Quais são os medos que têm nos impedido de fazer o caminho certo, executar a missão certa e colher os resultados que Deus espera de nós?
Talvez devamos começar nossa obra, orando para que Deus nos mova com ousadia, orando pelas pessoas que estão à nossa volta, compartilhando com elas a salvação em Jesus Cristo, vivendo de tal forma a que sejamos exemplos de homens e mulheres fiéis ao Senhor, modelos a serem seguidos pelos demais cidadãos. Do ponto de vista ambiental, não sujando as nossas vias públicas, fazendo a deposição correta do lixo, gastando menos água e energia, consumindo melhor os recursos que Deus nos dá, inclusive não desperdiçando alimentos etc. Do ponto de vista social, respeitando as pessoas e as autoridades [e as leis], usando mais as ‘palavrinhas mágicas’, como ‘por favor’, ‘bom dia’, ‘muito obrigado’, ‘me desculpe’, ocupando os cargos profissionais, sociais e ou políticos como homens e mulheres que têm um compromisso profético a cumprir e vivendo com verdadeiros transformadores.
Jonas, nisso pensai! 

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