quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Sustentabilidade no Nosso Quintal

‘Trabalhar com sustentabilidade é plantar um presente que garanta a subsistência das novas gerações num planeta que pede socorro e se aquece a cada dia.



Pois melhor que plantar árvores, despoluir rios, proteger animais, é semear a consciência de que a garantia da vida é respeitar as fronteiras da natureza’


Nildo Lage tem 41 anos de idade e reside em Nova Viçosa - BA


Quando a Norma internacional ISO 26000 começou a ser discutida ao redor do planeta, tinham em mente que contivesse algumas características:


Será uma norma de diretrizes, sem propósito de certificação;


Não terá caráter de sistema de gestão;


Não reduzirá a autoridade governamental;


Será aplicável a qualquer tipo e porte de organização [empresas, governo, organizações não governamentais, etc];


Será construída com base em iniciativas já existentes [não será conflitante com tratados e convenções existentes];


Enfatizará os resultados e melhoria de desempenho;


Prescreverá maneiras de se implementar a Responsabilidade Social nas organizações; e,


Promoverá a sensibilização para a Responsabilidade Social.


Tive o privilégio de participar num dos grupos de trabalho da Norma, junto ao Instituto Ethos, em São Paulo, num dos fóruns mais interessantes que pude participar no mundo das idéias. Posso, hoje, compreender que ‘Responsabilidade Social’ é um modo de sonhar, projetar, desenvolver e colher e que ‘sustentabilidade’ é seu objetivo final.


Os atores empresariais põem ‘sustentabilidade’ sobre um tripé composto por três pilares, o Homem, o Meio Ambiente e a Economia; é o chamado ‘triple bottom line’. Há uma corrente, inclusive presente nas preliminares da construção da Norma ISO 2600, em que a base é ‘HOMEM’ e ‘PLANETA’. Se isso é assim, teremos então um ‘double bottom line’. Estreitando um pouco mais, fica apenas o Meio Ambiente, no qual o HOMEM se torna no principal agente capaz de efetivamente transformar, em todos os aspectos.


O que você pensa sobre isto? Ou, o que Deus pensa disso?


No Livro dos Começos [Gênesis 2.15] lemos que Deus colocou o homem no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar. Há conteúdos muito mais fortes do que temos podido imaginar apenas nesta pequena porção da Palavra de Deus.


A palavra cultivar está intimamente relacionada à palavra cultura. Esta se refere ‘a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período’; esta era a visão do antropólogo Edward B. Tylor.


Assim, cultivar pode ser entendido por desenvolver muito mais do que o plantio de alguns cereais, ou de algumas frutíferas, mas ‘plantar um padrão de vida que possa proporcionar, para a sociedade de então e para as vindouras [futuras gerações], as condições ideais de vida no planeta’. Considerando que ‘crenças’ referem-se a ‘culto’, podemos inferir, então, que aquilo que compõe a nossa crença determinará a nossa cultura, o que colheremos agora e o que nossos filhos colherão amanhã.


Isso vale para nossa reflexão sobre ‘Sustentabilidade e Nosso Ser’, numa abordagem quanto ao que damos valor quando se trata da nossa saúde, do nosso corpo; ou, ‘Sustentabilidade e Nossa Família’, quanto ao tipo de sociedade vamos construir a partir do nosso modelo social doméstico; dentre outros temas.


Gosto da idéia de ‘modelos’. No primeiro livro escrito por Lucas [Lc 6.31] lemos que ‘e como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também’. Da mesma forma como procederemos em ‘cultivar’ e ‘guardar’ o que está ao nosso alcance, nós o colheremos, ou mesmo os nossos filhos. Aí está implícito o conceito de ‘sustentabilidade’, começando em cada um de nós, abrangendo o todo e as gerações seguintes.


Nisso pensai!

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